Poderá logicamente considerar-se que o alter ego do meu alter ego, sou eu ?
Uma coisa é certa o meu alter ego é ainda mais trapalhão que o alter ego dele.
Caro Tetracloro, ontem à tarde esteve uma bela noite! O Sol brilhava por entre as trevas. E eu, sentado numa pedra de pau, à sombra de uma árvore sem troncos nem galhos, surdo como sou, escutava atentamente um mudo falando contigo aos companheiros:
- Prefiro mil vezes a morte à vida...
Ao longe, próximo dali, havia um bosque sem árvores. Os pássaros saltavam de galho em galho, e os elefantes descansavam à sombra de um pé de couve.
Corri devagar em direcção à minha casa, e entrei pela porta dos fundos que fica na frente. Como já era cedo, deitei o casaco na cama e pendurei-me no cabide, onde, após dormir um bom sono, sonhei que estava acordado. Aí, fiz marcha-atrás e fui para a casa de banho, onde me serviram o jantar. Depois de ter comido o guardanapo, limpei as beiças ao bife, olhei para o tecto e vi um cego a ler um jornal religioso sem letras, que dizia: "Os três mosqueteiros são quatro: Simão e Tomé."
Ao passar um desfile na rua pousei as serpentinas no beiral e atirei-me da janela abaixo.
Fui parar ao hospital com uma unha encravada.
Tive a sorte de morar no rés do 1º andar a contar vindo do céu.
Não tive a sorte de nascer assim lindo como tu Tetra. Eu sempre fui feio. Muito feio… Mesmo muito feio.
Eu quando nasci era tão feio, tão feio, tão feio que diziam que a minha mãe não deu à luz, teve um curto-circuito. Quando me levaram a primeira vez à minha mãe, tiveram três dias para a convencer que aquilo não era para os apanhados.
Gostava de ser como o filho do teu pai que não é teu irmão, gostava de ser singelo como os elefantes que atravessam os lagos suavemente, pé ante pé, de nenúfar em nenúfar.
Fica mal Tetra mas manda beijinhos a todas as gustósas que vêm ao teu Blog.
Ass. Alter Ego